Já faz um tempo que estava a fim de parar e
escrever algumas reflexões das milhares que me permeiam, a respeito da
desescolarização das nossas vidas.
Desescolarizar nossas vidas, nossas formas de
se relacionar com xs outrxs, com nossos corpos, com os saberes e práticas,
enfim com a vida. Mas para isso precisamos compreender, porque todo este
processo está ligado a ideia do desescolarizar e não outra coisa?
Quando pensamos em desescolarizar, pensamos
no escolarizar, mas qual seria o problema da escolarização, o que está por traz
intrinsicamente?
O processo de escolarização é diferente do
processo de educação, pois no primeiro há uma intenção segundo milhares de
interesses que não são os nossos (que nós desejamos), começando pela obrigatoriedade
da escola, como também o cumprimento de um currículo, e imposição da hora de
brincar, sentar, conversar, comer, enfim, tudo passa longe do que realmente
queremos. Chegando a um ponto dessa escolarização que não sabemos dizer o que
queremos, porque fomos educadxs, ou melhor, condicionadxs a seguir ordens, a
executar o que planejaram para o nosso futuro.
Já educação é um processo que não cabe naquele
espaço chamado escola, pois ela está em todos os lugares, pessoas e segundos,
mas precisamos compreender esta dimensão da educação para realmente estarmos
abertxs a aprender aonde desejamos e o que desejamos.
Por isso e para isso é de extrema
importância, passarmos pelo processo da desescolarização, ou seja, tirar a escola de dentro da gente, na forma limitante de pensar, de querer, de sonhar, de sentir que fomos submetidas, desaprender o
aprendido, e assim autogestionar as nossas vidas, descobrir os nossos desejos,
e não o dos outros.